Lembro-me do dia fatídico, foi tudo culpa minha, eu fui uma covarde, deixei que a torturassem por puro medo. Apenas medo.
Estávamos em 2030, era uma época dificil, não tinha lei, tinha, mas ninguém respeitava.
Era 13 de dezembro, aniversário de nós duas, Luísa e eu. Estávamos fazendo 16 anos, claro saímos para comemorar. Andávamos por uma rua deserta, era noite, quando um grupo de homens aparecera. Nós nos escondemos, mas eles acharam Luísa, a despiram e começaram a gritar:
- Onde está a sua amiguinha? Apareça, menina, ou ela sofrerá em dobro.
Eu amava minha amiga, mas eu tive medo,comecei a suar frio, meu coração disparou, eu não consegui me mover, não consegui falar, não consegui seguer pensar, somente chorei em silêncio.
Um dos homens pegou uma estaca de madeira no chão e começou a bater em em Luísa que gritava:
- Amanda, me ajude, Amanda, por favor...-Ela começou a sangrar mas eu nada fiz.
Os homens começaram a apalpar Luísa , que lutava inútilmente contra eles. Os três homens a estupraram e foram embora satisfeitos. Só então eu consegui sair de meu esconderijo para ouvir as seguintes palavras:
- Eu te odeio!- Ela estava sangrando e chorando, eu não tinha o que dizer, sabia que eu podia ter evitado tudo.
Luísa se levantou e se vestiu, ela tremis como se tivesse com frio, mas aquilo era raiva, raiva de mim. Meu coração pareceia estar sendo esmagado por uma grande chapa de aço.
Ela começou a andar, eu logo fui atrás, estava programado que eu dormiria em sua casa. Qunado percebeu que eu a seguia, se virou para mim e com um olhar vazio disse:
- Você acha que vai para a minha casa? Acha que ainda somos amigas depois disso?- Mas derepente ela parou de falar, deu um risinho sarcástico e continuou.- Quer saber... Depois de tudo o que passamos juntas, não é isso que vai acabar com a nossa amizade.- Ela me abraçou.- Pode vir para a minha casa, meu amor!
Na hora eu não percebi suas intenções. Tudo ocorreu como deveria, a mãe dela ficou preocupada, chamou a polícia e eles nada fizeram, então fomos dormir. Me senti desconfortável e acordei, me levanteie quando olhei para frente, minha amada amiga estava parada na minha frente, seus olhos estavam mais frios do que antes, olhei-a pasma e percebi a faca em sua mão. Ela disse:
- Porque não consigo te matar?- Começou a chorar.- Eu te odeio mas eu te amo, eu quero que você sofra nas minhas mãos, quero sentir seu sangue quente em minhas mãos, quero te ver implorando a minha piedade, quero torturá-la, mas eu te amo de mais.
- Me desculpe não ter ido te ajudar, eu tive medo, tive muito medo...
- Eu também tive medo.- Ela gritava e com razão.- Eu também queria que não tivesse acontecido, mais do que voc~e possa imaginar, mas aconteceu e você não fez nada...
- Eu não consegui me mover, minha voz não saia.- Eu estava de joelhos.- Eu quis te ajudar, mas...- Nós duas chorávamos.
Ela levantou a facae olhou-a com um olhar de prazer e eu vi um brilho em seus olhos, eu vi o que ela queria e desejei que ela o fizesse, a culpa me corrompia. Implorei:
- Me mate, por favor, me mate...
- Matar é pouco, quando eu tiver coragem eu vou torturar você.
Os dias se passaram e tudo estava normal, andávamos juntas, íamos uma para a casa da outra, mas eu sabia do desejo de Luísa, sabia o que ela almejava, eu apenas fingia não me lembrar de nada. Luísa de tornou vazia.
Depois de meses, eu achei que ela haviaesquecido sua raiva por mim, mas me enganei. Ela me chamou para ir em um lugar especial, eu, logicamente fui, mas nós fomos para um bairro pobre, em um quarto isolado. Entramos no local e lá eu vi vérias facas, ela me empurrou e eu caí no chão, ela disse:
- Vamos ver quanto tempo você suporta a tortura.- Ela ficou em silêncio enquanto andava pela sala, seus passos produziam eco.- Você foi burra, se não tivessefingido que nada aconteceu, minha raiva não teria aumentado e tudo estaria normal, mas agora minha raiva é maior do que meu amor por você!
Ela pegou uma das facas, eu figuei lá no chão, imóvel, não tive reação diante da verdade. Luísa se aproximou, subiu em cima de mim e sussurou:
- Eu ainda te amo, você era a minha vida.- Ela me beijou o rosto.
Senti a faca enfiar no meu braço inúmeras vezes, eu fechei os olhos. Parei de sentir o meu braço direito. Abri meus olhos para encará-la e o seu sorrisso de prazer em estar vivendo aquele momentome eimpediu de resistir. De repente ela parou, lambeu o sangue da faca e eu vi que ela desejava mais sangue, disse:
- Continue, se isso te fizer feliz, por favor...
- Feliz? A felicidade me abandonou faz tempo, faço isso por prazer, meu sorrisso é puro prazer em te ver assim. O que me faz viver é a sede de seu sangue, apenas.
Mesmo naquela situação eu percebi que o sorrisso de Luísa era lindo, eu não consegui me concentra na dor, nem nas facadas que comesaram e não pararam, eu só via aquele raio de prazer que saia dos olhos de minha amiga, só consegui ver como ela estava linda.
Deixei que saciasse sua sede, só assimtudo voltaria ao normal, mesmo que eu morresse , Luísa voltaria a sorrir como antes, ela seria feliz de novo. Quando as facadas pararam eu já não podia me mecher. Luli se levantou , eu me lembrei de desespero dela ao me gritarnaquele dia, ficamos em silêncio, apesar de não gostar, eu nada disse, nem sei por quanto tempo o silêncio percorreu. Luísa pegou celular e ligou para o hospital, eles vieram rápidamente e me levaram.
Depois de dias no hospital, ela veio me ver, eu já tinha recuperado o movimento dos braços, eu disse:
- Senti muita a sua falta, você é minha irmã e eu te amo muito...- Ela me interrompeu.
- Também senti a sua falta, Amanda, você é minha irmã, nada no mundo vai nos separar, nada!
Nos abraçamos e conversamos durante o dia inteiro, eu tinha sentido muita falta da energia que Luísa me passava quando dirigia a palavra a mim.
Tudo voltou ao normal, realmente ao normal, o que passou foi quardado em uam caixa imaginária dentro do coração de nós duas. Somos amigas até hoje, por falar nisso, hoe é nosso aniversário de 40 anos.
Apesar de tudo nós ainda nos amamos muito e é só isso que importa.
NADA MAIS!!
Espero que tenham gostado da históriaa^^
beijos meus leitores!
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